Técnica do Guarda-Redes

Bem vindos à página de Técnica do guarda-redes do blog Goalkeeper1.

Espero que gostem. 

    Os mandamentos do guarda-redes


  • O domínio do corpo:
Em todas as acções de jogo, o guarda-redes mobiliza mais funções físicas do que um jogador da frente, essencialmente porque se serve das mãos, mas também porque mergulha e salta de maneira diferente.
O seu equilíbrio de base e apoios no solo têm de ser perfeitos, assim como a coordenação dos movimentos.
 numa trajectória alta, por exemplo, as mãos têm de interceptar a bola precisamente no instante em que o corpo atinge o máximo de sua extensão vertical. Se a coordenação dos movimentos não é conseguida, o guarda-redes falha a bola ou deixa-a escapar, sendo subjugado pelo adversário.
O mesmo acontece com um mergulho horizontal a meia altura: se os braços se descontraírem depois de o corpo ter caído no chão, muito dificilmente conseguirá evitar o golo.
É, por conseguinte, fundamental conseguir dominar o corpo na sua totalidade, tanto mais que as acções do guarda-redes são breves e acontecem, muitas vezes, após um longo período de inacção.


  • A velocidade:
A velocidade de intervenção é primordial na acção do guarda-redes. É um elemento essencial da sua função no momento de avaliar uma trajectória, uma corrida,  um salto ou uma defesa.


  • O deslocamento:
Um guarda-redes desloca-se para a frente, para trás, ou lateralmente.
Deve fazê-lo rapidamente e, sobretudo, prever, sem se enganar, a trajectória da bola e do adversário. A antecipação é uma componente importante do deslocamento.


  • As reduções do ângulo de remate :
Um guarda-redes tem um tamanho e um raio de alcance sempre muito inferior ao da baliza. É, portanto, muito vulnerável, nomeadamente em largura, se ficar na sua linha, no meio da baliza, no instante do remate do adversário. É então preciso reduzir o ângulo do remate para poder impedir que a bola entre na baliza.

Para reduzir eficazmente esse ângulo de remate, o guarda-redes:
  • coloca-se na bissetriz teórica do ângulo;
  • avança em direcção ao atacante;
  • conserva os calcanhares levantados do solo para acelerar a intervenção. O ângulo também fica reduzido em altura ao avançar-se em direcção à bola.








  • A captação das bolas:
Ao nível do solo, de frente 


1º Tempo 


















2º Tempo:



  •  bloqueio com o queixo;
  • antebraços paralelos, cotovelos muito juntos;
  • bloqueio com as mãos.











Ao nível do solo, de lado


















  •  respeita um ângulo de 45 graus em oposição ao remate;
  • joelho direito muito próximo do calcanhar esquerdo;
  • mãos ( 1ª protecção ) à frente das pernas ( 2ª protecção ).

A meia altura 

A bola é colocada no "nicho" , peito cavado, peitorais contraídos, ombros puxados um para o outro.





















Nas trajectórias aéreas

É preciso agarrar a bola no pico da sua trajectória e, na medida do possível, não esperar pela curva descendente.
















A palma das mãos e os dedos envolvem a bola. Os polegares devem colocar-se bem por trás da bola. os indicadores e polegares devem formar um triângulo.















  • Mergulhos:
O deslocamento é sempre preferível ao mergulho. No instante do remate, o guarda-redes deve ter 2 apoios no solo, com os calcanhares levantados, e deve provocar um ligeiro balanço para a frente, com as mãos à altura da bacia.
  • O mergulho aéreo será perfeito se a bola for agarrada e conservada na "aterragem". O corpo mantém-se de lado, as duas mãos são utilizadas.



  • A queda efectua-se sobre os ombros e não sobre os cotovelos ou o tórax.



  • As intervenções aos pés do adversário
Temeridade + Técnica de base = Eficácia sem choque    





O bom guarda-redes deve:
  • efectuar,a grande velocidade, a passagem da posição de pé à posição deitada;
  • Opor a maior superfície do corpo à progressão do atacante;
  • evitar com avançar com os pés ou joelhos para a frente 
  • e, sobretudo, adivinhar, num instante, o pequeno erro ( domínio deficiente, finta demasiado longa ) ou as intenções ( preparação e direcção do remate, continuação da finta, preparação de um chapéu ) do adversário

  • Os desvios com os punhos:
Com um ou com os dois punhos
Em caso de grande dificuldade, o guarda-redes utiliza o punho ou os dois punhos por não conseguir agarrar a bola em segurança com as mãos. Dá-se uma distensão do antebraço, inicialmente dobrado, para socar o centro da bola com o punho bem fechado. Não desviar a bola no sentido do eixo do terreno, mas procurar sacudi-la para os lados.













  • Formas de reposição:
O lançamento com a mão, ou com o pé, é sempre determinante no que diz respeito à acção ofensiva, mesmo longínqua.

Com o pé
  • os pontapés de baliza, quando a bola sai pela linha de fundo (5,50 m), devem ser efectuados pelo guarda-redes para que os defesas possam retomar fôlego e ocupar os seus lugares.
  • os pontapés de longo alcance são efectuados pelo ar ou em balão.  ( Antes de largar a bola, segura-se nela com uma mão para favorecer o equilíbrio e a força do lançamento. )


Com a mão 


















Fig.1--Preparação

  • a mão esquerda levantada designando o objectivo que pretende atingir;
  • o corpo inclinado para trás;
  • o peso do corpo sobre a perna direita;
  • a mão direita para trás do corpo, segurando a bola.

Fig.2--Lançamento 

  • a mão esquerda baixa-se rapidamente: alavanca de força;
  • o peso do corpo passa para a perna esquerda;
  • a mão direita descreve um arco para a frente, passa por trás do ombro e larga a bola por cima da cabeça.





Informação retirada do livro " O Futebol "de Michel Deshors
Editorial Estampa,Lda., Lisboa, 1998

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